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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Papa Francisco quer "uma igreja pobre para os pobres"



Papa Francisco deve anunciar "evangelho social" no Brasil

Em Roma, há dez dias, o círculo próximo ao Papa falava de uma “mensagem revolucionária”. É preciso esperar para ver e ouvir. Desde o compromisso de forjar “uma igreja pobre para os pobres”, Francisco foi despindo a figura papal de toda a roupagem monárquica, que a colocava acima dos fieis. Chegou o “momento da renovação”, como dizem os jovens que chegam ao Rio. Esta renovação tem um nome que contrasta com os últimos 35 anos de política vaticana: o “evangelho social”. Por Eduardo Febbro.

Rio de Janeiro – Uma maré de algazarra, juvenil, explosiva em sua manifestação de alegria, com violões, cantos e mochilas às vezes maiores do que os corpos que as suportam. O aeroporto do Rio de Janeiro é um desfile interminável de jovens que chegam do mundo inteiro, enrolados em bandeiras e em abraços, cantando a fé só com a voz ou com violões. A hora é, ao mesmo tempo, grave e imensamente festiva. As jornadas mundiais da juventude que começam esta semana no Brasil fixarão o rumo oficial da mensagem que o Papa Francisco apresentará em sua primeira viagem internacional. Um momento que soa como um modelo de seu nascente papado. 

Ficaram para trás as disputas orquestradas por João Paulo Segundo contra a Teologia da Libertação, os padres pedófilos, a corrupção no Banco do Vaticano, o IOR. Chegou o “momento da renovação”, como dizem os jovens que chegam ao Rio. Esta renovação tem um nome que contrasta com os últimos 35 anos de política vaticana: o “evangelho social”. A palavra “social” é já todo um desafio que prolonga a ruptura que Bergoglio encarnou na noite em que, após o Conclave tê-lo escolhido Papa, apareceu em uma janela da Praça de São Pedro e pronunciou a palavra “povo”.

Em Roma, há dez dias, o círculo próximo ao Papa falava de uma “mensagem revolucionária”. É preciso esperar para ver e ouvir. Desde o compromisso de forjar “uma igreja pobre para os pobres”, Francisco foi despindo a figura papal de toda a roupagem monárquica, que a colocava acima dos fieis. Há uma grande preocupação com a comunicação, inclusive com detalhes que assombram. A Santa Sé lançou um novo semanário para amplificar a mensagem papal: Credere. A publicidade diz: “o novo semanário que fará você viver a fé com alegria”. À esquerda, na capa, um retângulo diz: “a revista da Igreja de Francisco”.

Essa é a Igreja que Francisco apresentará no mais importante país católico do mundo, Bergoglio visitará os pobres de uma favela, doentes em um hospital, receberá presos, peregrinará ao santuário de Aparecida e, sobretudo, se encontrará com jovens de todo o mundo no que pode ser chamado de “Woodstock católico”. Sua viagem vem precedida por uma série de pronunciamentos que romperam com o conformismo vaticanista. Nas últimas semanas, Bergoglio denunciou a “tirania do dinheiro”, o “capitalismo selvagem” e a “globalização da indiferença”. 

“Nos encontramos enfim com alguém que vê o mundo tal como é, com os mesmos olhos que o vemos e sofremos”, diz Angélica, uma espanhola de 19 anos, recém chegada ao Rio, vinda de Valência com centenas de outros espanhóis. Um dos vaticanistas mais célebres, Marco Politi, disse que o Papa, “no Brasil, dará continuidade, aprofundará e esclarecerá seu Evangelho social. Desde que foi eleito denuncia as novas formas de escravidão, a exploração, a desigualdade, a irresponsabilidade de algumas forças sociais”.

A história também parece correr na direção de Francisco. O Papa chega a um Brasil convulsionado pela revolta social, com demandas de justiça social, contra a corrupção, a favor da renovação de um sistema político gangrenado pelo clientelismo e pela corrupção. Francisco já havia escrito o discurso central que vai pronunciar no Brasil durante as Jornadas Mundiais da Juventude, mas, à luz dos protestos, o modificou. O arcebispo do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta, responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, viajou a Roma para se encontrar com Bergoglio. Depois, o seguiu o cardeal arcebispo emérito de São Paulo, Claudio Hummes, um homem de posições sociais conhecidas por ter aberto as portas de sua igreja a trabalhadores em greve.

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno, também se reuniu com o Papa em Roma. Este encontro é muito importante na definição do pronunciamento de Bergoglio, uma vez que foi precedido por uma reunião da CNBB. Realizada quase no final de junho, a reunião terminou com a redação de um documento no qual a entidade manifesta “nossa solidariedade e apoio aos manifestantes”. O texto traz um apoio total aos protestos. Um de seus parágrafos diz que os gritos contra a corrupção, a impunidade e falta de transparência (...) fazem renascer a esperança”.

É a esse mundo que chega Francisco. Um cenário ideal que as autoridades do país temem que sirva de novo elemento detonador ao que já está latente há semanas. O Papa Francisco não gosta dos esquemas de segurança e os responsáveis por protegê-lo durante as Jornadas Mundiais da Juventude não gostam da possibilidade de a chegada do papa renovar os protestos contra o sistema político. O Brasil aumento de 11 mil para 14 mil o número de efetivos das forças de segurança encarregados de garantir a segurança de Francisco. A perspectiva de uma “revolução cidadã” durante a visita de Bergoglio levou as autoridades brasileiras a propor uma série de mudanças na agenda papal, mas o Vaticano rejeitou-as. “Não haverá mudanças de programa”, disse em Roma Federico Lombardi, o porta-voz do Papa.

No entanto, as autoridades do Brasil queriam modificar um monte de coisas. O Brasil argumenta que se descobriram “indícios” de que grupos opositores preparavam uma contraofensiva aproveitando a chegada de Bergoglio. O mais perigoso era o encontro de Francisco com a presidenta Dilma Rousseff, com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com Eduardo Paes, o prefeito da cidade. Esse ato deve ocorrer no Palácio da Guanabara, sede do governo do Estado do Rio. Mas como há uma manifestação programada contra o governador e o prefeito, as autoridades propuseram realizar o encontro em outro lugar. O Vaticano disse que não. Mais ainda, as declarações dos responsáveis que se reuniram com Francisco em Roma mostram que a Santa Sé está com os manifestantes. Após seu regresso de Roma, o cardeal Claudio Hummes disse: “a mensagem de Cristo está em sintonia com essas reivindicações do povo”.

Será preciso esperar para ver e ouvir. Francisco se negou a utilizar o papamóvel blindado. Ele se deslocará no mesmo jeep aberto com o qual circula em Roma. Ao pedido do Papa, tampouco haverá em seu lado “homens armados com fuzis”. O Papa, dizem em Roma, não tem medo das manifestações: “elas não são contra o Papa, mas sim contra os políticos”, diz o Vaticano. Se a promessa se confirmar, haverá no Brasil um encontro entre dois mundos: o do evangelho liberal que tudo corrompe e destrói, o planeta e os seres humanos, e o que Francisco traz em sua mensagem: o “evangelho social” do cristianismo.

Primeiro ato de um pontificado que, em seus primeiros passos, expôs a escandalosa e soja trama de corrupção e lutas pelo poder que o predecessor de Francisco, Bento XVI, não pode desarmar. Isso o levou a renúncia. Evangelho Social, Teologia da Libertação, segundo vários vaticanistas ambas têm encontro marcado esta semana no Brasil em uma espécie de reconciliação misteriosa.

O vaticanista Marco Politi alega que “Francisco é um fruto inesperado da Teologia da Libertação porque é um representante da chamada Teologia Popular, que não é marxista nem politizada”, mas que denuncia com força os horrores da miséria, da desigualdade e seus mecanismos econômicos. O combate que João Paulo II travou contra essa corrente deixou muitas vítimas, pactos com as ditaduras, corrupção, uma espécie de monstro que seguiu vivo muito depois da morte do papa polaco. Por esse abismo se foi Bento XVI. Do mesmo abismo chega Bergoglio. A chamada “igreja de Francisco se constrói sobre uma montanha de cinzas ainda fumegantes”.

Tradução: Katarina Peixoto

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ônibus é incendiado em Araçuaí

Ônibus é incendiado em Araçuai

O incêndio começou por volta das 5 horas da manhã .

Foto: Jornal GazetaÔnibus é incendiado em Araçuai
O ônibus estava estacionado fora da garagem da empresa, na região central da cidade


Pode ter sido  criminoso o incêndio que destruiu um ônibus da empresa Gontijo, na madrugada desta segunda-feira (22) em Araçuai (MG) no Vale do Jequitinhonha.



O incêndio teve início por volta das 5 horas da manhã . Moradores da vizinhança   da garagem da empresa, na rua do Cruzeiro, região central da cidade, ouviram estrondos. Um deles acionou um caminhão pipa que chegou ao local e tentou apagar o fogo.


Apenas os pneus laterais do veículo ficaram intactos. O incêndio durou cerca de meia-hora.


Um transformador foi destruído e a região está sem energia. Os cabos de telefonia também foram danificados.


“Até o início da tarde o problema estará resolvido”,  acredita um funcionário da empresa que presta serviços á Cemig.


Tudo indica que o incêndio pode ter sido uma forma de protesto. “ A empresa tem as passagens mais caras da região e presta um serviço ruim”, disse um bancário que passava pelo local, no início da manhã. “ Se foi protesto, está não é a forma correta. Isso é vandalismo”, observou uma nutricionista que foi até o local.

A empresa ainda não se pronunciou sobre o fato.

Sérgio Vasconcelos
Repórter

domingo, 7 de julho de 2013

Mesmo com salários de R$ 22 mil, médicos não aceitam trabalhar no Vale do Jequitinhonha

Faltam médicos no Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas

Em meio a embate sobre contratação de estrangeiros, quem mora nos rincões do estado sofre com a falta não só de médicos, mas também de condições para se tratar nos grandes centros

Foto: arquivoFaltam médicos no Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas
Hospital da cidade de Itinga está fechado. Ele funcionou por cinco anos, de 2004 a 2009, e não tem previsão de ser reaberto
A população sente na pele e protesta: faltam médicos e qualidade na saúde em todo o país; a presidente Dilma Rousseff anuncia: quer importar 6 mil doutores de Cuba para trabalharem cidades do interior; entidades médicas rebatem: não faltam profissionais, e sim estrutura para atender bem os pacientes; prefeitos apelam: oferecem até R$ 35 mil para um clínico fixar residência na cidade, mas sem carteira assinada.

 Enquanto persiste o impasse e representantes da categoria vão para as ruas repudiar a chegada de colegas cubanos e de outras nacionalidades sem revalidação do diploma, quem depende do SUS amarga falta de atendimento, de acesso a exames, de medicamentos ou até de material para um simples curativo.

Se falta entendimento entre governo federal e entidades médicas quanto à melhor forma de solucionar o déficit de profissionais no país, especialmente em cidades do interior, uma constatação parece ser consenso: a dificuldade de conseguir uma consulta médica é diretamente proporcional à distância de cada município dos maiores polos urbanos. E é exatamente nesses lugares considerados pouco atraentes pelos profissionais que está a população mais carente e com maior dificuldade de se deslocar até cidades com melhor estrutura de saúde.
A saúde está em xeque.

Não é à toa que levantamento do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM/MG) mostra que faltam médicos em um quarto dos 853 municípios mineiros. São 209 cidades sem nenhum suporte. Outros 148 (17,3%) têm apenas um médico.

Em outro estudo, o CRM mostra que as perspectivas não são boas. Mais de 60% dos médicos que se formaram em 2012 tinham a intenção de trabalharapenas em municípios com mais de 100 mil habitantes. Metade deles, no entanto, quer mesmo é exercer a profissão em Belo Horizonte e apenas 7,15% se disseram dispostos a ir para pequenos municípios.

Veja tabela

Enquanto não entra mais dinheiro no cofre, é o prefeito quem exporta seus doentes de ambulância para Montalvânia, cidade de 16 mil habitantes, a 29 quilômetros de distância, que tem apenas um profissional, e atendendo fora da sede. Casos mais graves são mandados para Montes Claros, a 390 quilômetros de Juvenília.

A dificuldade para contratar médicos é enfrentada da mesma forma pelos 4,9 mil habitantes de Miravânia, também no Norte de Minas, a 711 quilômetros da Capital. O prefeito Raimundo Nonato Luna (DEM) diz que, para despertar interesse da categoria, elevou para R$ 21 mil o salário de um médico clínico geral no município. Mesmo assim, a proposta não pareceu tão tentadora. Apenas uma das duas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) conta com médico atendendo diariamente. A outra não oferece consultas há dois meses. A secretária municipal de Saúde, Idalina Mota, informou que amenizará a situação com quatro acadêmicos de medicina que iniciarão estágio no município neste mês. “Foi uma salvação para a gente”, comemora Idalina.

ABANDONO

Se do lado dos médicos já há predisposição de evitar pequenos municípios, em algumas localidades, principalmente nas mais distantes das cidades-polo, as dificuldades de fixar profissionais passam pelas péssimas condições de atendimento, falta de equipamentos e medicamentos básicos, impossibilidade de realização de exames e dificuldades de prestação de socorro pela ausência quase completa de infraestrutura. Em outros locais, o problema é insegurança nas unidades e imediações.

A falta de carteira assinada e às vezes até de contrato para médicos também é um entrave. Nessas condições, o pagamento dos proventos fica à mercê da boa vontade dos prefeitos. “É comum o médico receber no primeiro mês. O segundo salário é pago com atraso e depois ele deixa de receber”, sustenta o presidente do CRM/MG, João Batista Gomes Soares.

Fonte: Estado de Minas

PROCURA-SE MÉDICOS
Anúncios das Prefeituras do Vale em site do CRM/MG:

Araçuai (MG) - Médio Jequitinhonha
Contratante: Prefeitura Municipal de Araçuai
Especialidade: Saúde da Família / Clínico geral
Carga horária fixa: 40 horas semanais
Salário líquido fixo: R$10.000,00
Direito a férias: sim  -Direito a 13º salário: sim - Contato: Zuzu - (33) 9902-9967
Outras informações: Plantões em Hospital local (referência microrregional) - remuneração a parte. Cidade de aproximadamente 40 mil habitantes (www.aracuai.mg.gov.br), com oito PSFs e 04 PACS em funcionamento, com previsão de ampliação da cobertura de PSFs. Sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CISMEJE), PEP (Programa de Educação Permanente para Médicos) atuante desde 2010, Internato Rural da UFMG, com professor residente na cidade. Inscrito no PROVAB, e pólo regional. Dista 310Km de Diamantina, 240Km de Teófilo Otoni, e 620Km de Belo Horizonte.  
Publicado em 24/06/2013

 Berilo (MG) - Médio Jequitinhonha
Contratante: Prefeitura Municipal de Berilo e Hospital Municipal Nossa Senhora dos Pobres
Especialidade: Clínica Geral / Generalista
Carga Horária: PSF de 40h semanais + 01 plantão semanal (24h) de meio de semana (entre segunda-feira 07h até sexta-feira às 19h) + 02 plantões mensais (24 horas) de finais de semana (entre sexta-feira 19h até segunda-feira 07h)
Salário Líquido Fixo: R$ 19.000,00 / Salário Bruto 20.200,00 - Contatos: (33) 3737-1709 - (33) 88265649 falar com Cida
Férias = Sim (descanso remunerado)
Outras informações: O município possui aproximadamente 13 mil habitantes, com 04 (quatro) PSFs em funcionamento. O Hospital Nossa Senhora dos Pobres é referência de mais 03 municípios. Possui Laboratório, RX e  USG.
Berilo pertence a microrregião de Araçuaí, ficando a 270 km de Teófilo Otoni, Diamantina e a 280 km de Montes Claros. Da capital Belo Horizonte - Berilo fica a 585 km de distância.
Contato: saude@berilo.mg.gov.br .  Publicado em 11.06.13

Setubinha (MG) - Alto Jequitinahonha /Mucuri
Contratante: Prefeitura Municipal de Setubinha - Secretaria Municipal de Saúde
Especialidade: Clínico Geral
Carga horária fixa: 40 horas semanais - Direito a férias: sim - Direito a 13º salário: não
Renumeração: R$ 13.000,00 Líquido R$ 11.980,00
Contato:  33-88375963 - 33-35149213 / saude@setubinha.mg.gov.br
Outras informações: Vagas pra dois médicos. - Procurar GIlvom Alex.  Publicado em 27/05/2013 

Turmalina (MG) - Alto Jequitinhonha
Contratante: Prefeitura Municipal de Turmalina e Hospital São Vicente
Especialidade: Clínica Geral / Generalista
Carga Horária: PSF de 40hs semanais + 01 plantão semanal (12h) de meio de semana (entre segunda-feira 07hs até sexta-feira às 19hs) + 02 plantões mensais (12 horas) de finais de semana (entre sexta-feira 19h até segunda-feira 07h). OBS. Haverá acréscimo remuneratório nos plantões, cuja data for coincidente com feriados nacionais
Salário Líquido Fixo: R$ 14.705,00
Contatos: (38) 3527-1393 - (38) 3527-1257 Marco Túlio, Douglas e Anderson 
Outros Benefícios: Remuneração extra para realização de viagens de transferência de pacientes p/ Diamantina (200 km) no valor de R$ 552,00 e p/ BH (500 km) no valor de R$ 896,00. Opção de consultório particular na estrutura hospitalar. Participação em serviços particulares realizados no Hospital São Vicente (consultas, convênios, procedimentos médico-hospitalares, honorários de internações de conveniados e particulares)
Outras informações: O município possui aproximadamente 19 mil habitantes, com 07 (sete) PSFs em funcionamento e um 8º já autorizado para 2013. O Hospital São Vicente é referência microrregional na Rede de Resposta às Urgências e Emergências, com Protocolo de Manchester instalado e equipe capacitada, sendo contemplado com um CTI de 10 Leitos e com as obras em andamento.  Publicado em 13.05.13
  
Francisco Badaró – MG   Médio Jequitinhonha
Contratante: Prefeitura Municipal
Especialidade: Clínico Geral
Carga horária fixa: 40h PSF Sede mais alguns plantões
Salário líquido fixo: R$14.000,00 - Direito a férias: 15 dias a combinar - Direito a 13º salário: não
Outros benefícios: não
Contato: (33) 37381259 ou (33) 88415865 Jeorge Wagner
Outras informações: Tratra-se de uma cidade de pequeno porte onde os plantões são realizados na Unidade de saúde.

Jenipapo de Minas (MG)  - Médio Jequitinhonha
Contratante: Prefeitura Municipal de Jenipapo de Minas
Especialidade: Clínica Geral / Generalista
Carga horária fixa: 40 Horas semanais.
Salário fixo: Em média R$13.233,00 (Bruto) e em média R$11.000,00(Liquido).
Direito a férias: Sim
Direito a 13º salário: Não
Outros benefícios: Plantões extras aos finais de semana ou quando houver necessidade com remuneração de R$450,00 líquido. 
Terá obrigatoriedade de cumprir 10 dias de plantões de sobreaviso.
Contato: (33) 8856-7360 Secretária de Saúde, (33)3738-9150
Outras informações: E-mail: marianesantos2010@yahoo.com.br (Secretária de Saúde) e  saudejenipapo@hotmail.com 
(Secretaria de Saúde)

Palmópolis (MG) - Baixo Jequitinhonha 
Contratante: Prefeitura Municipal
Especialidade: Clínico Geral
Carga horária fixa:40 horas semanais
Salário fixo: R$19.000,00 bruto, R$13.283,90 líquido
Direito a férias: a combinar
Direito a 13º salário: não
Outros benefícios: Plantão
Contato: smspalmopolis@yahoo.com.br  / (33) 8832-9721

Capelinha (MG) - Alto Jequitinhonha 
Contratante: Prefeitura Municipal de Capelinha
Especialidade: Médico PSF
Carga horária fixa: oito horas diárias,sendo a combinar fazer seis horas corridas
Salário fixo: R$10.000,00 ((líquido)
Direito a férias: sim
Direito a 13º salário: sim
Contato: Glória ou Eunice (33) 3516-3843 ou 3516-2758
Outras informações: o plantão não é obrigatório, pode ser combinado com a 
Fundação Hospitalar do município. Qualquer dúvida, entrar em contato pelo telefone (33) 3516-3843 ou saudecapelinha@gmail.com .

Leme do Prado (MG) - Alto Jequitinhonha 
Contratante: Prefeitura Municipal de Leme do Prado
Especialidade: Médico do PSF
Carga horária fixa: 40 horas semanais
Salário fixo: valor líquido R$12.500,00 - Valor bruto R$16.000,00
Direito a férias: não
Direito a 13º salário: sim
Outros benefícios: a combinar
Contato: saude@lemedoprado.mg.gov.br- Rustitaquinho ou Hernane Secretaria de Saúde. 

(33) 37648196 / (33) 87084940 / (33) 8841-3569
Outras informações: Salário sempre em dia, Médico Ginecologista, cardiologista, pediatra, 

cirurgião no atendimento mensal

Felício dos Santos (MG) - Alto Jequitinhonha 
Contratante: Prefeitura Municipal
Especialidade: Clínico Geral
Carga horária fixa: 35 horas semanais, mais 02 plantões de sobreaviso na semana 
( Segunda a Sexta- Feira) e  finais de semana alternados. (Um Sim,Um Não)
Salário fixo: R$22.850,00 (Bruto) e R$ 17.000,00 ( líquido)
Contato: 38-9940-3008 Outras informações: Poderá ser negociado um dia livre   
Publicação: 01.04.13

Minas Novas (MG) -  Alto Jequitinhonha
Contratante: PMMN(secretaria de saude)
Especialidade:04 vagas para ESF
Carga horária fixa:40h
Salário fixo (informar valor líquido e bruto):em média R$ 14.000,00 bruto e R$11.000,00 líquido
Direito a férias: não
Direito a 13º salário: sim
Outros benefícios:
Contato:(33)9197-9087
Outras informações:será liberado um dia por semana para realizar plantão no hospital. 
 Possibilidade de trabalhar no SAMU. 

Confira
www.crmmg.org.br/empregos.médicos
Fonte: Blog do Banu

Ex-assessor de deputado Ademir Camilo detalha esquema de corrupção de R$ 70 milhões

Alegando inocência, ex-assessor de deputado,citado em escândalo, concede entrevista ao Gazeta de Araçuaí




Marcos Vinicius Silva, 34 anos, está foragido. De acordo com a Polícia Federal, ele estaria envolvido no escândalo que desviou R$ 70 milhões dos cofres públicos. A operação batizada de Violência Invisível, prendeu ex-prefeitos de Minas.                          

Acusado confirma que fechou contratos com Capelinha, Janaúba e Montes Claros.


Foto: divulgaçãoAlegando inocência, ex-assessor de deputado,citado em escândalo, concede entrevista ao Gazeta
A operação Violência Invisível foi desencadeada pela Polícia Federal
Alegando inocência e vítima de um esquema criminoso que ele desconhecia, o ex-assessor do deputado federal Ademir Camilo,(PSD-MG), Marcos Vinicius Silva, 34 anos, concedeu através de um telefone com número privativo,  entrevista exclusiva na tarde de domingo (7) ao Jornal Gazeta de Araçuai.
  
Considerado foragido pela Polícia Federal desde a semana passada, Marcos Vinicius, conhecido por Marquinhos que residia em Araçuai (MG) no Vale do Jequitinhonha,  é apontado como participante de um esquema que  teria causado danos aos cofres públicos de mais de R$ 70 milhões só em Minas Gerais, além de envolver desvio de recursos em mais 10 estados (SP, RJ, ES, BA, PE, SE, PB, MA, PA e SC).
  
Residindo desde dezembro passado em Montes Claros, ele negou as acusações e disse que foi envolvido por uma empresa que tinha reconhecimento no mercado .  Com salário de R$ 3 mil reais, Marcos Vinicius era assessor do deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG) mas foi exonerado após a explosão do escândalo.
  
Na Operação Violência Invisível, desencadeada na última terça-feira (2) pela Polícia Federal, sete pessoas foram presas, das nove que tiveram a prisão decretada, entre elas o empresário Mateus Roberte Carias,   apontado como mentor do esquema e os ex-prefeitos de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga (DEM), e de Janaúba, José Benedito Nunes (PT). O ex-prefeito de Montes Claros, Tadeu Leite, também está com prisão decretada. Ele está refugiado em Miami, nos Estados Unidos.
  
Marcos Vinicius negou qualquer envolvimento com os ex-prefeitos. “ Não conheço estes ex-prefeitos. Nunca tive contato com eles. Sou inocente”, afirma
  
Como era o esquema
 De acordo com a Polícia Federal,  Mateus Roberte Carias montou a empresa Digicorp Consutoria e Sistemas Ltda., que oferecia às prefeituras títulos de crédito com o governo federal, para serem usados na compensação tributária de débitos com a União.

Os papéis eram oferecidos com desconto de 30% e adquiridos por licitações, que seriam direcionadas para a empresa capixaba. “Só que os títulos eram falsos e a legislação proíbe a compensação tributária pelos municípios com o uso de créditos de terceiros”, informou o delegado da Polícia Federal, Marcelo Freitas. 


Quem é Mateus Roberte
O capixaba Mateus Roberte Carias já havia sido preso na Operação Camaro, deflagrada pela Policia Federal em abril de 2012, por prática semelhante. Na época, ele fechou contratos com cerca de 180 prefeituras, por meio da empresa Urbis Instituto de Gestão Pública, paracompensar créditos tributários usando informações falsas e decisões liminares. Em depoimento à PF em dezembro, ele alegou que negociou com as prefeituras créditos de precatórios judiciais apresentados pela empresa Merizio & Giuberti Louzada Advogados Associados, com sede em Vitória (ES), investigada na mesma operação. 

Quem é Marcos Vinicius Silva
 Nascido em São Paulo,  Marcos Vinicius Silva, 34 anos, trabalhava com representação comercial na região do Vale do Jequitinhonha, onde residiu por muitos anos. 

Em 2008 foi coordenador da campanha do médico Aécio Silva Jardim à prefeitura de Araçuai (2008-2012), cidade onde morou até dezembro de 2012. Com a vitória de Silva Jardim, Marcus Vinicius foi nomeado chefe de gabinete da prefeitura mas foi demitido em março de 2010. 

Em seguida, coordenou a campanha do deputado federal Ademir Camilo. Era presidente do PDT de Araçuai. Após a divulgação do escândalo, foi demitido do gabinete do deputado.
  
TRECHOS DA ENTREVISTA CONCEDIDA POR MARCOS VINICIUS AO JORNAL GAZETA

Como você se envolveu nesta história? 
Quando estava na prefeitura de Aracuai, chegou uma proposta da Urbis, para compensação do INSS dos Agentes Políticos que foram pagos  de forma irregular. Logo depois eu  fui exonerado do cargo de chefe de gabinete, em março de 2010.
 Na epoca a Urbis apresentou inúmeras prefeituras que faziam e o serviço era bom para os municípios .

 Quando sai da prefeitura em 2010 eu fui à Vitória e conheci o Mateus Roberte. Ele me falou que o serviço de compensação não  podia mais ser feito pois tinha vencido o prazo para entrar com a ação.

Passou um tempo,  ele me ligou e disse que queria falar comigo. Ele mandou um representante em Governador  Valadares e me falou que a Digicorp outra empresa dele, que estava fazendo uma parceria com uma grande empresa de Vitoria,  a Merizzio e Louzada, e que essa empresa tinha precatórios transitados em julgado escriturado na Receita Federal para compensação do INSS.

Ele me apresentou toda documentação autenticada das empresas privadas que faziam. Mas o que mais me interessou foi que, as compensações só se iniciariam após a autorização da Receita Federal  dizendo que o crédito tinha sido habilitado, e poderia iniciar as compensações . Achei fantástico . Falei que fizessem a proposta para as prefeituras e empresas privadas que eu ia trabalhar.

Como funcionava o esquema?
 
Na época me apresentaram 87 contratos com empresas privadas que faziam esse procedimento ha mais de 7 anos.  E que poderia fazer para prefeituras . Então amigo, corri atrás  . Pode acreditar , todos nós  somos vitimas. E falam que fiz em várias prefeituras. 

Você fez quantos contratos e com quais prefeituras?
Foram apenas três. Capelinha, Janaúba e Montes Claros. 

Quais  empresas que você visitou?
A primeira empresa que fui foi a Transnorte, eles acharam fantástico também, pois o deságio era de 30 % . Fizeram o contrato com a Digicorp e iniciaram a compensação depois que o Ademilson,  de Vitória levou o documento da Receita Federal  dizendo que o crédito tinha sido habilitado. 
Depois disso a Transnorte disse que ia fazer uma consulta da documentação  na Receita Federal  em Brasília onde o suposto crédito teria sido habilitado Até hoje,   a  Receita Federal  nunca respondeu. A partir dai, comecei protocolando nas Secretarias  de Fazenda de várias prefeituras a proposta da Digicorp. 

Em quais prefeituras você protocolou propostas?
Protocolei em diversas prefeituras e empresas de grande porte, inúmeras. Mas só fechei  contrato com a de Montes Claros, Janaúba, Capelinha e Transnorte. 

Em Capelinha, o rombo foi de mais de R$ 4 milhões. O que você tem a dizer sobre isso?
O Dr. Pedro Vieira, ex-prefeito do município, era um homem muito honesto. Não faria qualquer coisa se não fosse vantagem para o município.

Nota- O médico e prefeito reeleito de Capelinha, Pedro Vieira, faleceu de infarto, aos 64 anos, em dezembro de 2012 .
 

Mas você não desconfiou que podia ser um golpe?
 
A Urbis era  um instituto de nome nacional, com contratos em todo pais, exercendo trabalho na área tributária. Eu ia trabalhar com precatórios transitados em julgado e escriturados na Receita Federal. Um negócio absolutamente legal. Eu tinha absoluta certeza que o negócio era idôneo . Pelo amor que sinto pela minha mãe, eu não pratiquei nada de errado..  O Ministério Público agiu covardemente , e o ódio da Juíza de Pirapora, Arlete Ferreira da Silva com o ex prefeito, chegou a isso.

A Polícia Federal  afirma que  os documentos apresentados  são falsos.
Toda documentação que a empresa mandava, estava autenticada não  dando nenhuma brecha para pensar em falsificação. Os prefeitos são vitimas. Não tem qualquer propina para prefeitos ou servidores públicos . Só  fizeram porque o negocio parecia totalmente lícito e para os municípios era excelente pois todos passam por dificuldades. 
  
Em que consistia esses benefícios?
 A cada um milhão que pagaria ao INSS , R$ 300 mil ficariam  nos cofres públicos. Volto a afirmar, são  todos vitimas. A Justica tem de  prender os verdadeiros culpados.

Quem são eles?
Acredito que a Policia Federal vai encontrar os verdadeiros bandidos, pois estão ouvindo todos. Diferente do Ministério Público, que mais uma vez comete uma barbaridade, colocando inocentes na cadeia. Não sou bandido. Nunca respondi a nenhum processo. Sempre trabalhei. 

Se a Urbis já estava envolvida  em escândalo semelhante, por que você permaneceu trabalhando para ela?
 

 Não ofereci mais nada depois da operacão no Espírito  Santo E as compensações dos três  municípios e da Transnorte, estavam correndo tudo tranqüilamente .
Qual era o seu papel dentro da empresa ?
Eu era apenas um representante comercial autônomo. Como disse o próprio Mateus Roberte em depoimento à Polícia Federal. 

Quem falsificou os documentos?
A Policia Federal  está com um inquérito aberto pra pegar quem falsificou. Nao sei que documentos estão dizendo que são  falsos. A PF fala que a comunicação que veio da Receita Federal dizendo que o crédito foi habilitado é falso. Dizem que não existe o servidor da Receita Federal  que assinou este documento. Só isso que sei. Pois toda documentação era trazida por um funcionário do Mateus.  

Antes de ter sua prisão decretada, você foi ouvido?
 
Fui intimado no dia 17 de junho e  prestei depoimento na Polícia Federal. Só  me perguntaram de Montes Claros, nada de Pirapora ou  outro lugar.

Quem pediu sua prisão?
 O Ministério Público já estava investigando e pediu a minha  prisão à juíza de Pirapora. E ela concedeu.
  
Qual é o  seu patrimônio hoje?
 Só  tenho meu carro, uma Toyota Hilux Sw4, comprada com dinheiro lícito de uma ação trabalhista que ganhei na Justica. Ela esta   na minha declaração de Imposto de Renda. O patrimônio que tenho está totalmente declarado à Receita Federal . A casa que  eu tinha em Araçuai , deixei para minha ex- esposa, após a separação.
  
Você foi demitido do cargo de assessor do gabinete do deputado Ademir Camilo. O deputado disse em entrevista ao jornal “ O Globo”, que não tinha contato com você há 5 meses. Vocês não se falavam.?
  
Não  comuniquei ao deputado minha transferência para Montes Claros. O trabalho que sempre fiz  para ele era apenas político como foi na campanha. E ficava aguardando na região se fosse solicitado por ele.
  
Onde você está e como você está enfrentando estas denúncias?
 Estou em Minas Gerais preparando um Habeas  Corpus para que eu possa me apresentar e dar todos os esclarecimentos à Polícia Federal. Quero colaborar com a Justiça. Se eu for agora, vão me prender. Está ruim demais, mas lá dentro  da prisão é pior,. por isso estou dessa forma. ´Estou arrasado. Ainda não cometi uma besteira por causa dos amigos

 Você vai se apresentar à Polícia?
 Somente após a concessão do Habeas Corpus.

 Fonte: Gazeta de Araçuaí

terça-feira, 2 de julho de 2013

Do Jequitinhonha para os Estados Unidos





O ponto de partida é o Vale do Jequitinhonha, 
no nordeste de Minas. 

A parada final é uma das megalópoles mais 
célebres do mundo: Nova York, nos Estados 
Unidos. É esse o destino de três mineiras, 
que vão mostrar, na sede da Organização 
das Nações Unidas (ONU), o artesanato 
produzido nas Gerais. Elas foram selecionadas 
com outras 12 mulheres, num universo de mais
de 100 inscrições, para representar a arte 
do país na exposição Mulher artesã brasileira, 
que ocorrerá durante a Assembleia Geral da ONU, no início de setembro. Algodão, barro e flores são as matérias-primas dos produtos que prometem encantar chefes de Estado de todo o planeta.

O projeto é uma iniciativa da Associação Brasileira de Exposição de Artesanato (Abexa), com patrocíniodo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e apoio do Instituto Centro Cape, da Agência 
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
 (Apex-Brasil) e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República. 

A seleção foi rigorosa, e não bastava ter talento. A presidente do Centro Cape, diretora 
da Abexa e idealizadora do projeto, Tânia Machado, explica que foram levados em conta 
ainda a inovação, o espírito empreendedor, o impacto do trabalho na comunidade, a 
criatividade e a ética. "Além de ser artista, era preciso ser uma pessoa que trabalha em 
prol da comunidade", afirma.

No seleto grupo está Maria José Gomes da Silva, a Zezinha, de 45 anos, moradora da 
comunidade de Campo do Buriti, na zona rural de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. 
Ela usa barro e argila para fazer bonecas que são de encher os olhos. Agora, a artesã 
vive a expectativa de poder sair, pela primeira vez, do país. Na mala, as peças já estão 
definidas: uma noiva e 70 cm de altura, uma boneca sentada e uma flor. A associação 
da qual ela faz parte tem hoje 46 artesãs, que vivem praticamente da renda obtida 
com a venda dos artesanatos.     

Na época da inscrição, ela foi incentivada pela equipe da Empresa de Assistência Técnica 
e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). "Falaram que eu era forte candidata, 
mas não tive expectativas. Fiquei surpresa com o resultado, não esperava. A gente fica 
meio sem acreditar", afirma.

O artesanato surgiu na vida de Zezinha com a necessidade de confeccionar os próprios 
brinquedos. A partir dos 15 anos, ela aproveitou os ensinamentos da mãe para fazer da 
brincadeira sua fonte de geração de renda. Hoje, é referência na associação, ao repassar 
suas técnicas e garantir a continuidade desse trabalho. Ela garante que fazer as bonecas 
não é complicado. Para ela, difícil mesmo é achar o caminho das pedras para ganhar o 
mercado internacional. "Somos pequenos, não sei se temos condições para exportar, 
mas tudo servirá como experiência e aprendizado", revela.

SINGELEZA 
Se Zezinha adota o jeito mineiro da cautela, Juracy Borges da Silva, de 50, da comunidade 
de Galheiros, distrito de Diamantina, também no Jequitinhonha, aposta na vitrine da ONU 
para ir mais longe. Secretária e representante municipal da Associação de Artesãos 
Sempre-Viva, ela ficou sabendo da inscrição por meio do pessoal do Instituto de 
Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). "Quando recebi a notícia 
fiquei numa extrema alegria, pois esperávamos há muito tempo a oportunidade de mostrar 
nosso trabalho no exterior", conta. O artesanato do grupo tem na singeleza das sempre-
vivas o pilar da beleza, e por isso, o projeto desenvolvi, do na comunidade inicialmente 
com o objetivo único de conservar espécies tem o mesmo nome da flor. Além dela, são 
usadas ainda folhas, frutos, cascas, fibras de bananeira e palha de milho.

Todas são plantas nativas da região, cultivadas pelos artesãos. A associação tem parceria 
com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e cultiva um 
viveiro de mudas da sempre-viva. "É um trabalho sustentável, porque não agredimos o meio 
ambiente, com a consciência de que essas plantas devem ser preservadas. Além disso, é 
uma tradição que passa de pai para filho", relata Juracy. Atualmente, o grupo conta com 
29 artesãos e cerca de 60 pessoas que se beneficiam indiretamente do artesanato - 
não confeccionam as peças, mas coletam as plantas.

A associação produz de 200 a 300 itens por mês, entre anjos, divinos, presépios, arranjos, 
ímãs de geladeiras e flores de casca de urucum. Para a exposição na ONU, Juracy vai levar 
uma luminária, uma guirlanda e um arranjo de mesa. A escolha foi feita a partir das peças 
mais vendidas. "Estou deslumbrada. Nunca imaginei que isso pudesse ocorrer. Para mim 
era só um sonho. Agora, vejo uma porta muito ampla que se abriu e vamos ver se, com 
essa oportunidade, conseguimos exportar nossos produtos", diz ela.

Em busca de apoio
As passagens das artesãs foram garantidas pela Secretaria de Estado de Cultura. O Centro 
Cape busca agora apoio para outras despesas. A ideia é fazer essas mulheres descobrirem 
também um pouco de Nova York, com direito a visitar museus e assistir a um show na 
Broadway. 

A exposição será aberta em 8 de setembro, com a presença de chefes de Estado. 
O público em geral terá acesso a partir do dia seguinte. Além de artesanato, haverá 
ainda exposição fotográfica e documentário sobre as mulheres que representarão o Brasil 
diante do mundo.